sexta-feira, 23 de abril de 2010

Ontem ao Luar


Nesta sexta-feira, depois de uma semana consideravelmente estressante, eu voltava para casa, por volta das 18:00hs. Ao trafegar pela Avenida Ministro José Américo de Almeida, nossa conhecida Beira-Rio, ouvi através das ondas da Cabo Branco FM a belíssima Ontem ao Luar, na incrível interpretação da não menos bela Marisa Monte. Já conhecia esta melodia no vozeirão do saudoso Vicente Celestino, mas a gravação de Marisa também fez muito bem aos meus tímpanos. E eu precisava relaxar mesmo, porque esta semana foi phoda. Vamos tomar uma e curtir.



Ontem ao Luar
(Catulo da Paixão Cearense e Pedro de Alcântara)


Ontem ao luar
Nós dois em plena solidão
Tu me perguntaste
O que era a dor de uma paixão
Nada respondi, calmo assim fiquei
Mas fitando o azul
Do azul do céu a lua azul
Eu te mostrei, mostrando a ti os olhos meus
Correr sem ti uma nívea lágrima e assim te respondi
Fiquei a sorrir por ter o prazer de ver a lágrima
Dos olhos a sofrer

A dor da paixão, não tem explicação
Como definir o que só sei sentir
É mister sofrer, para se saber
O que no peito o coração não quer dizer

Pergunta ao luar, travesso e tão taful
De noite a chorar na onda toda azul
Pergunta ao luar, do mar a canção
Qual o mistério que há na dor de uma paixão

Se tu desejas saber o que é o amor e sentir
O seu calor o amaríssimo travor do seu dulçor
Sobe o monte a beira mar ao luar
Ouve a onda sobre a areia lacrimar
Ouve o silêncio a falar na solidão do calado coração
A pena a derramar os prantos seus
Ouve o choro perenal
A dor silente universal
E a dor maior que é a dor de Deus

Se tu quiseres mais saber a fonte dos meus ais
Põe o ouvido aqui na rósea flor do coração
poste a inquietação da merencórea pulsação
Busca saber qual a razão
Por que ele vive assim tão triste a suspirar...a palpitar...desesperação
A teimar de amar um insensível coração
E a ninguém dirá
No peito ingrato em que ele está
Mas que o sepulcro fatalmente o levará

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